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MACAPÁ (AP) – Por Dom Pedro José Conti

Reflexão para o domingo da Epifania do Senhor | 05 de Janeiro de 2025 

Certa noite, quando o Mahatma Ghandi estava em Pretória, na África do Sul, passou perto da casa de alguns amigos cristãos. Resolveu fazer-lhes uma visita. Quando entrou na casa daquela família, viu que estavam reunidos em oração. Todos ficaram alegres, deram as boas-vindas ao amigo e resolveram deixar a oração para outro momento. No entanto, Ghandi pediu que não parassem: ” Peço-lhes que continuem nas vossas orações. Aquele a quem vocês estão rezando é muito mais importante do que eu”.

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Com a Solenidade da Epifania continuamos a viver o clima do Natal. Desta vez, são os Magos vindos do Oriente que nos conduzem ao encontro do Menino recém-nascido. Num estilo bem bíblico, ou seja, através de uma narração, o evangelista Mateus nos apresenta um grande anúncio: aquele que nasceu não será somente o “rei dos judeus” (Mt 2,2), será uma luz para todos os povos, para a humanidade inteira. Tudo contribui para essa boa notícia. 

Podemos começar pela estrela que guia os Magos. Ela representa o universo com a sua grandiosidade e o seu encanto. Contemplar as estrelas nos faz sentir pequenos e nos coloca na frente de algo ou de Alguém muito maior. Tudo já estava lá antes de nós e vai continuar depois que nós passarmos. A luz das estrelas, desde a antiguidade, serviu para orientar o caminho, sobretudo aos navegantes. Quando não conhecemos a estrada ou não sabemos para onde ir, somos como alguém que caminha no escuro, precisamos de uma luz para não nos perder. Tudo nos leva a pensar que os Magos, dos quais sabemos somente que vieram do Oriente, fossem astrólogos, ou seja, pessoas que interpretavam segundo os seus conhecimentos e as suas crenças a posição e os movimentos dos astros. Eles dizem ter visto aparecer uma estrela e somente o nascimento de um rei pode explicar isso. Querem saber onde encontrá-lo. 

O curioso da história é que os sumos sacerdotes e os mestres da Lei, convocados por Herodes, sabem onde devia nascer o Messias, mas não vão procurá-lo. Ficam perturbados com a notícia. É evidente que os Magos, que vieram de longe, estão mais interessados do que eles para encontrar o recém-nascido. Por fim, o evangelista Mateus nos apresenta a cena de um encontro que é de adoração e profecia. Os três presentes dos Magos são um reconhecimento àquele que será reconhecido como um rei manso e humilde. 

Ele revelará a presença misericordiosa de Deus na história humana e dará o exemplo do maior amor, porque entregará a sua própria vida na cruz. A página do evangelho da Epifania, está cheia de símbolos, memórias e cumprimento de promessas, é um anúncio de esperança para todos.
 
Foi numa casa que os Magos encontraram a criança com Maria sua mãe. Não foi no Templo e nem no palácio do rei. O que ela tinha de tão especial para a adorarem? Antes de responder que era o menino Jesus, vamos lembrar a profecia de Isaias 11,6-9: “o bezerro e o leão (inimigos por natureza) pastarão juntos, e um menino pequeno os guiará” (v.6). Aquela criança representa o que pode acontecer de realmente novo. Toda criança que nasce não é somente uma vida nova, é um novo projeto de pessoa, que poderá fazer algo inédito, surpreendente, talvez algo que antes parecia impossível. 

Toda criança tem tempo disponível à sua frente, poderá usar de forma nova a sua inteligência, a sua capacidade de amar, a sua criatividade e imaginação. Se não fosse assim, a humanidade estaria repetindo somente as coisas do passado e nunca teria inventado nada de novo. Cada criança é um potencial ainda desconhecido, é o maior sinal de esperança para uma humanidade cansada ou prisioneira nos seus velhos planos de poder, de ganância e, infelizmente, ainda de violência. 

O menino da profecia conduzirá juntos os inimigos, abrirá veredas de paz. Pode fazê-lo porque para ele tudo é novo, o caminho está totalmente aberto à sua frente. Nós cristãos acreditamos que se Deus se fez criança e assumiu a nossa humanidade foi para começar algo novo e nos envolver neste plano de renovação. “Adorar” Jesus é mais do que reconhecê-lo Messias e Senhor, é confiar nele e colocar em prática o que ele veio nos ensinar. Ele é sim o mais importante. É o novo horizonte.

Diocese de Macapá
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(05/01/2025)

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