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Reflexão para o 27º domingo do Tempo Comum | 06 de Outubro de 2024 – Ano “B” 

“Às vezes dizem que as crianças não entendem de política, mas isso não é verdade. Crianças da cidade de xxx, participam ativamente na transformação da cidade. Criado em 2019, o Comitê das Crianças é um espaço no qual as suas vozes são ouvidas e atendidas. … 

Ao final do ano as crianças entregam um documento para o prefeito com os seus desejos e sugestões. Entre os pedidos já feitos e acolhidos pela Prefeitura estão a construção do Mundo das Crianças para que elas tivessem na cidade um espaço de brincadeiras, inclusive com água; o Dia do Brincar, em que as crianças vão à escola somente para brincar; o programa Pé de Árvore para garantir que haja mais árvores na cidade e o “De olho na Faixa”, zona de entorno das escolas em que os carros devem ter velocidade reduzida. …” (fonte: Revista Casa Comum n.8)

:: Leia outros artigos de Dom Pedro Conti ::

No evangelho do 27º Domingo do Tempo Comum encontramos a resposta de Jesus à pergunta dos fariseus se ao homem era permitido ou não se divorciar de sua mulher. Como em outras ocasiões, Jesus não discute a norma da lei em si, mas repropõe algo anterior: o projeto de Deus sobre a união conjugal “desde o começo da criação”. A questão não é concordar ou não, ou considerar difíceis demais as condições do casamento. Todos nós somos limitados no nosso agir e continuamos a experimentar “a dureza do nosso coração”, que nos impede muitas vezes de ser perseverantes e fiéis nos compromissos assumidos. 

No entanto, precisamos resgatar a confiança em nós mesmos e em todo ser humano e nos questionar seriamente se, por acaso, não estamos desistindo de acreditar naquele amor que vai muito além da atração recíproca e que leva um homem e uma mulher a unir as próprias vidas, os seus sonhos e esperanças e, assim, a caminhar juntos, aconteça o que acontecer. 

Temos medo do “para sempre”, mas o contrário pode ser a fragilidade dos sentimentos, a prioridade absoluta do bem-estar individual e, por consequência, a incapacidade daquela mútua ajuda sobre a qual o casal deve construir a própria relação amorosa. Em seguida, o evangelho nos apresenta Jesus abençoando e abraçando as crianças que as mães lhe traziam. Ele nos diz que o Reino de Deus pertence àqueles e àquelas que sabem manter o jeito das crianças. 

Não é infantilismo, mas confiança, alegria, desejo de crescer, descobrir e aprender mais. De brincar também. Porque “brincar” como as crianças não é negócio de diversão, é gratuidade, imaginação de um mundo diferente onde as histórias ainda podem ser contadas e mudadas, sempre para melhor, para que nunca mais nenhuma criança sofra pela violência dos grandes ou chore por ser abandonada ou esquecida.

Insisti um pouco sobre as crianças porque, quando acontecem as separações nas nossas famílias, talvez as maiores disputas não sejam pelos filhos, mas pelos bens materiais a serem divididos. Por exemplo, escutei a história de uma criança que pediu para ir morar com os avós, porque assistiu os pais brigando entre si, pois nenhum dos dois queria ficar com ela. Não posso deixar, porém, de lembrar que neste domingo teremos as eleições municipais. 

Como cidadãos cristãos, não devemos desvalorizar a nossa contribuição para uma cidade melhor, com vida mais digna para todos e todas. Apesar das promessas dos candidatos, sabemos que o nosso voto não irá resolver tudo e de uma só vez, no entanto será um sinal de interesse e de participação. As nossas preferências irão, ao menos, sinalizar o que esperamos e também o que não queremos mais, como o desperdício e as práticas de corrupção e mal uso do dinheiro público. 

Igualmente, como cristãos que acreditam no projeto do Reino da justiça, do amor e da paz, não podemos mais pensar que seja suficiente votar e depois esquecer até o nome de quem escolhemos. Precisamos cobrar ações, prestação de contas, políticas públicas, sobretudo em defesa dos direitos das pessoas mais fragilizadas que acabam sendo deixadas para trás. É muito bom que até as crianças sejam educadas a participar e a propor. Muito melhor se forem ouvidas e atendidas nas suas famílias em primeiro lugar, e nas nossas cidades também.  

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